FIASCO, coletiva, galeria Arte&Fato, Porto Alegre, 2017

24/08/2017 21:56

 

Fiasco - o frasco de Arlequim

 

"O título dessa exposição coletiva com obras de Eduardo Miotto, Francisco Sanchez, Ricardo André Frantz e Vladenir Costa faz uma referência irônica às expectativas que envolvem o processo de apresentação pública de qualquer trabalho de arte, além de propor um gatilho para o pensamento curatorial sobre a instalação das obras. No caso, a anedota sobre um palhaço bolonhês do século XVII, suposta origem da palavra fiasco (que significa frasco, em italiano). A curadoria do projeto é de Leo Felipe, que escreveu o texto da mostra:


"O episódio teria ocorrido no ano de 1681 quando o ator italiano Domenico Biancolelli espatifou um frasco de vidro, fracasso que lhe rendeu fama que dura até nossos dias. Biancolelli ganhara notoriedade na Bolonha barroca no papel de Arlequim e se vangloriava da própria capacidade de improvisação, elemento típico da commedia dell'arte. Dizia-se à época que, a partir de qualquer objeto que estivesse em mãos, o ator era capaz de fazer rir a platéia. Até o dia em que o pagliaccio não conseguiu extrair efeito cômico algum de uma pequena garrafa. Contrariado, teria atirado o frasco, estilhaçando-o no chão, e proclamando: 'Colpa tua, fiasco!'


"Verdadeira ou não, a anedota sobre a origem da palavra usada para definir o que poderíamos chamar de um êxito desfavorável suscita algumas ideias. Poderíamos pensar nas condições as quais o artista dispõe para criar e no aspecto essencialmente contingencial da criação, que por vezes pode passar até mesmo pela destruição para se realizar. Há também um possível comentário sobre a perversidade um tanto tragicômica existente na busca do sucesso. Sem esquecer o elemento crucial do conto, pequeno ponto que contém a densidade do humor que faz explodir o riso depois da piada (tal qual uma estrelinha): a reação de Biancolelli é, afinal, engraçada. O que nos leva a considerações sobre as intenções do artista e os métodos dos quais faz uso para atingir resultados que prevê – ou não.

“Fiasco reúne a pintura de Eduardo Miotto, Francisco Sanchez, Ricardo André Frantz e Vladenir Costa. Dudu, Chico, Ricardo e Deco parecem ter consciência da posição periférica que ocupamos no que os acadêmicos chamariam do campo da arte, mas como muitos de nós eles também desejam ter êxito nele. Por isso a auto-ironia do título, ademais bastante pretensioso. O mundo mediado de imagens da grande Era do Capital, com sua oferta inesgotável de produtos, de estilos de vida, de doces sonhos molhados e dos mais horrendos pesadelos, é o material imagético reproduzido pelas mãos dos quatro artistas através das tintas na tela de algodão. Imagens de imagens cheias de culpa”.

 

Leo Felipe


Leo FelipeFiasco - o frasco de Arlequim
 
"O episódio teria ocorrido no ano de 1681 quando o ator italiano Domenico Biancolelli espatifou um frasco de vidro, fracasso que lhe rendeu fama que dura até nossos dias. Biancolelli ganhara notoriedade na Bolonha barroca no papel de Arlequim e se vangloriava da própria capacidade de improvisação, elemento típico da commedia dell'arte. Dizia-se à época que, a partir de qualquer objeto que estivesse em mãos, o ator era capaz de fazer rir a platéia. Até o dia em que o pagliaccio não conseguiu extrair efeito cômico algum de uma pequena garrafa. Contrariado, teria atirado o frasco, estilhaçando-o no chão, e proclamando: 'Colpa tua, fiasco!'
 
"Verdadeira ou não, a anedota sobre a origem da palavra usada para definir o que poderíamos chamar de um êxito desfavorável suscita algumas ideias. Poderíamos pensar nas condições as quais o artista dispõe para criar e no aspecto essencialmente contingencial da criação, que por vezes pode passar até mesmo pela destruição para se realizar. Há também um possível comentário sobre a perversidade um tanto tragicômica existente na busca do sucesso. Sem esquecer o elemento crucial do conto, pequeno ponto que contém a densidade do humor que faz explodir o riso depois da piada (tal qual uma estrelinha): a reação de Biancolelli é, afinal, engraçada. O que nos leva a considerações sobre as intenções do artista e os métodos dos quais faz uso para atingir resultados que prevê – ou não.
 
Fiasco - o frasco de Arlequim
 
"O episódio teria ocorrido no ano de 1681 quando o ator italiano Domenico Biancolelli espatifou um frasco de vidro, fracasso que lhe rendeu fama que dura até nossos dias. Biancolelli ganhara notoriedade na Bolonha barroca no papel de Arlequim e se vangloriava da própria capacidade de improvisação, elemento típico da commedia dell'arte. Dizia-se à época que, a partir de qualquer objeto que estivesse em mãos, o ator era capaz de fazer rir a platéia. Até o dia em que o pagliaccio não conseguiu extrair efeito cômico algum de uma pequena garrafa. Contrariado, teria atirado o frasco, estilhaçando-o no chão, e proclamando: 'Colpa tua, fiasco!'
 
"Verdadeira ou não, a anedota sobre a origem da palavra usada para definir o que poderíamos chamar de um êxito desfavorável suscita algumas ideias. Poderíamos pensar nas condições as quais o artista dispõe para criar e no aspecto essencialmente contingencial da criação, que por vezes pode passar até mesmo pela destruição para se realizar. Há também um possível comentário sobre a perversidade um tanto tragicômica existente na busca do sucesso. Sem esquecer o elemento crucial do conto, pequeno ponto que contém a densidade do humor que faz explodir o riso depois da piada (tal qual uma estrelinha): a reação de Biancolelli é, afinal, engraçada. O que nos leva a considerações sobre as intenções do artista e os métodos dos quais faz uso para atingir resultados que prevê – ou não.
 
“Fiasco reúne a pintura de Eduardo Miotto, Francisco Sanchez, Ricardo André Frantz e Vladenir Costa. Dudu, Chico, Ricardo e Deco parecem ter consciência da posição periférica que ocupamos no que os acadêmicos chamariam do campo da arte, mas como muitos de nós eles também desejam ter êxito nele. Por isso a auto-ironia do título, ademais bastante pretensioso. O mundo mediado de imagens da grande Era do Capital, com sua oferta inesgotável de produtos, de estilos de vida, de doces sonhos molhados e dos mais horrendos pesadelos, é o material imagético reproduzido pelas mãos dos quatro artistas através das tintas na tela de algodão. Imagens de imagens cheias de culpa”.
 
Leo Felipe“Fiasco reúne a pintura de Eduardo Miotto, Francisco Sanchez, Ricardo André Frantz e Vladenir Costa. Dudu, Chico, Ricardo e Deco parecem ter consciência da posição periférica que ocupamos no que os acadêmicos chamariam do campo da arte, mas como muitos de nós eles também desejam ter êxito nele. Por isso a auto-ironia do título, ademais bastante pretensioso. O mundo mediado de imagens da grande Era do Capital, com sua oferta inesgotável de produtos, de estilos de vida, de doces sonhos molhados e dos mais horrendos pesadelos, é o material imagético reproduzido pelas mãos dos quatro artistas através das tintas na tela de algodão. Imagens de imagens cheias de culpa”.
Fiasco - o frasco de Arlequim
 
"O episódio teria ocorrido no ano de 1681 quando o ator italiano Domenico Biancolelli espatifou um frasco de vidro, fracasso que lhe rendeu fama que dura até nossos dias. Biancolelli ganhara notoriedade na Bolonha barroca no papel de Arlequim e se vangloriava da própria capacidade de improvisação, elemento típico da commedia dell'arte. Dizia-se à época que, a partir de qualquer objeto que estivesse em mãos, o ator era capaz de fazer rir a platéia. Até o dia em que o pagliaccio não conseguiu extrair efeito cômico algum de uma pequena garrafa. Contrariado, teria atirado o frasco, estilhaçando-o no chão, e proclamando: 'Colpa tua, fiasco!'
 
"Verdadeira ou não, a anedota sobre a origem da palavra usada para definir o que poderíamos chamar de um êxito desfavorável suscita algumas ideias. Poderíamos pensar nas condições as quais o artista dispõe para criar e no aspecto essencialmente contingencial da criação, que por vezes pode passar até mesmo pela destruição para se realizar. Há também um possível comentário sobre a perversidade um tanto tragicômica existente na busca do sucesso. Sem esquecer o elemento crucial do conto, pequeno ponto que contém a densidade do humor que faz explodir o riso depois da piada (tal qual uma estrelinha): a reação de Biancolelli é, afinal, engraçada. O que nos leva a considerações sobre as intenções do artista e os métodos dos quais faz uso para atingir resultados que prevê – ou não.
 
“Fiasco reúne a pintura de Eduardo Miotto, Francisco Sanchez, Ricardo André Frantz e Vladenir Costa. Dudu, Chico, Ricardo e Deco parecem ter consciência da posição periférica que ocupamos no que os acadêmicos chamariam do campo da arte, mas como muitos de nós eles também desejam ter êxito nele. Por isso a auto-ironia do título, ademais bastante pretensioso. O mundo mediado de imagens da grande Era do Capital, com sua oferta inesgotável de produtos, de estilos de vida, de doces sonhos molhados e dos mais horrendos pesadelos, é o material imagético reproduzido pelas mãos dos quatro artistas através das tintas na tela de algodão. Imagens de imagens cheias de culpa”.
 
Leo FelipeFiasco - o frasco de Arlequim
 
"O episódio teria ocorrido no ano de 1681 quando o ator italiano Domenico Biancolelli espatifou um frasco de vidro, fracasso que lhe rendeu fama que dura até nossos dias. Biancolelli ganhara notoriedade na Bolonha barroca no papel de Arlequim e se vangloriava da própria capacidade de improvisação, elemento típico da commedia dell'arte. Dizia-se à época que, a partir de qualquer objeto que estivesse em mãos, o ator era capaz de fazer rir a platéia. Até o dia em que o pagliaccio não conseguiu extrair efeito cômico algum de uma pequena garrafa. Contrariado, teria atirado o frasco, estilhaçando-o no chão, e proclamando: 'Colpa tua, fiasco!'
 
"Verdadeira ou não, a anedota sobre a origem da palavra usada para definir o que poderíamos chamar de um êxito desfavorável suscita algumas ideias. Poderíamos pensar nas condições as quais o artista dispõe para criar e no aspecto essencialmente contingencial da criação, que por vezes pode passar até mesmo pela destruição para se realizar. Há também um possível comentário sobre a perversidade um tanto tragicômica existente na busca do sucesso. Sem esquecer o elemento crucial do conto, pequeno ponto que contém a densidade do humor que faz explodir o riso depois da piada (tal qual uma estrelinha): a reação de Biancolelli é, afinal, engraçada. O que nos leva a considerações sobre as intenções do artista e os métodos dos quais faz uso para atingir resultados que prevê – ou não.
 
“Fiasco reúne a pintura de Eduardo Miotto, Francisco Sanchez, Ricardo André Frantz e Vladenir Costa. Dudu, Chico, Ricardo e Deco parecem ter consciência da posição periférica que ocupamos no que os acadêmicos chamariam do campo da arte, mas como muitos de nós eles também desejam ter êxito nele. Por isso a auto-ironia do título, ademais bastante pretensioso. O mundo mediado de imagens da grande Era do Capital, com sua oferta inesgotável de produtos, de estilos de vida, de doces sonhos molhados e dos mais horrendos pesadelos, é o material imagético reproduzido pelas mãos dos quatro artistas através das tintas na tela de algodão. Imagens de imagens cheias de culpa”.
 
Leo FelipeFiasco - o frasco de Arlequim
 
"O episódio teria ocorrido no ano de 1681 quando o ator italiano Domenico Biancolelli espatifou um frasco de vidro, fracasso que lhe rendeu fama que dura até nossos dias. Biancolelli ganhara notoriedade na Bolonha barroca no papel de Arlequim e se vangloriava da própria capacidade de improvisação, elemento típico da commedia dell'arte. Dizia-se à época que, a partir de qualquer objeto que estivesse em mãos, o ator era capaz de fazer rir a platéia. Até o dia em que o pagliaccio não conseguiu extrair efeito cômico algum de uma pequena garrafa. Contrariado, teria atirado o frasco, estilhaçando-o no chão, e proclamando: 'Colpa tua, fiasco!'
 
"Verdadeira ou não, a anedota sobre a origem da palavra usada para definir o que poderíamos chamar de um êxito desfavorável suscita algumas ideias. Poderíamos pensar nas condições as quais o artista dispõe para criar e no aspecto essencialmente contingencial da criação, que por vezes pode passar até mesmo pela destruição para se realizar. Há também um possível comentário sobre a perversidade um tanto tragicômica existente na busca do sucesso. Sem esquecer o elemento crucial do conto, pequeno ponto que contém a densidade do humor que faz explodir o riso depois da piada (tal qual uma estrelinha): a reação de Biancolelli é, afinal, engraçada. O que nos leva a considerações sobre as intenções do artista e os métodos dos quais faz uso para atingir resultados que prevê – ou não.
 
“Fiasco reúne a pintura de Eduardo Miotto, Francisco Sanchez, Ricardo André Frantz e Vladenir Costa. Dudu, Chico, Ricardo e Deco parecem ter consciência da posição periférica que ocupamos no que os acadêmicos chamariam do campo da arte, mas como muitos de nós eles também desejam ter êxito nele. Por isso a auto-ironia do título, ademais bastante pretensioso. O mundo mediado de imagens da grande Era do Capital, com sua oferta inesgotável de produtos, de estilos de vida, de doces sonhos molhados e dos mais horrendos pesadelos, é o material imagético reproduzido pelas mãos dos quatro artistas através das tintas na tela de algodão. Imagens de imagens cheias de culpa”.
 
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