Exposição coletiva "Antarctica Artes com a Folha", Ibirapuera, São Paulo, 1998

30/01/2012 07:28

 

 

"Ricardo Frantz cria ambiguidades num espaço que parece corriqueiro, como uma sala de estar, mas cuja desorganização nos faz atentar para o significado de cada um daqueles objetos comuns ali colocados."

 

 

Nelson Brissac Peixoto

Catálogo da exposição Antarctica Artes com a Folha

Ibirapuera, São Paulo

Edtora Cosac Naify, 1998

 

 

 

A instalação que apresentei na coletiva Antarctica Artes com a Folha procurou transportar para o ambiente de galeria o ambiente do atelier. Reuni uma quantidade de pinturas em pequenas dimensões, minhas ou de outras pessoas, todas amadores anônimos que encontrei em uma feira de quinquilharias baratas, junto com mobília, caixas, livros e outros objetos. Era o ambiente em que eu produzia, e sua configuração, embora reproduzida artificialmente, não se afastou da verdade espontânea. Na verdade, ambas realidades em meu trabalho estavam muito próximas. O caos aparente se trata antes de uma organizção especial, nascida muito do acaso mas também de um senso de composição dirigida e de equilíbrio dinâmico de formas e volumes. O próprio processo de fazer se torna um ato estético acabado e significante, materializando um grande movimento coreográfico no espaço em que se impregnam as superfícies de materiais diversificados. As peças podem ser compreendidas em separado, mas sua inclusão no conjunto em um arranjo inesperado lhes minimiza a importância individual e as tornam fragmentos de um grande arabesco abstrato.

 

Ricardo Frantz, 2012

 

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Ricardo André Frantz